sábado, dezembro 09, 2006

Finalmente!


10 de outubro de 2006.

O ultra-som foi na sexta, dia 6. Não, não demorei para escrever. É que apenas hoje ficou pronto o resultado. A Clau andava ansiosa por saber o sexo. Não só ela, aliás. Muitas pessoas perguntavam. Perguntavam novamente quando num segundo encontro, num terceiro... E nada!
É, minha família é assim mesmo: homens. Tenho apenas uma irmã e duas primas. Irmãos? Dois. Primos? Dez. Sobrinhas? Apenas uma. Sobrinhos? Seis, além dos meus dois filhos, o que dá oito. Conclusão: falei de quatro mulheres e vinte e um homens, contando comigo. É o quíntuplo! Eu, porém, ainda tinha esperança de uma menina, da minha sonhada menina.
Pouco mais que adolescente apaixonei-me por ler Machado de Assis. Lá, numa das obras, encontrei o nome Marcela. Apesar de não gostar muito do masculino, o nome me soou lindo. Combinava, no meu entender, com uma menina, com uma adolescente, com uma senhora. Nome forte, marcante, fino. Cheguei a escrever algumas palavras sobre o sonho de minha Marcela, palavras estas que não tive o cuidado de guardar.
Passaram-se os anos e descobri os nomes terminados em “ela”. Acho todos bonitos: Marcela, Gabriela, Rafaela, Isabela... Ela, porém, não veio.
Voltemos à sexta-feira, dia 6. O médico deu uma primeira olhada e disse achar ser uma menina. Disse que voltaríamos mais tarde. Ultra-som vai, ultra-som vem, voltamos.
- É uma moça mesmo.
- É certeza, doutor? – perguntei.
- Sim! Como eu já havia dito: é uma moça.
Finalmente se deixou ver! Quando saímos da sala eu não me continha de alegria. Conseguia sentir o meu rosto aberto, no sorriso mais largo que já pude dar em toda a minha vida. Fui ver minha cara num espelho. Ria sozinho. A minha menina! Minha menina! Não será Marcela. O nome não agrada a mamãe. Será, então, Gabriela.
Gabriela.
Gabriela, eu amo você! Muito!
Um beijo com carinho,
Papai.